domingo, 14 de fevereiro de 2010

Magda V


Mais tarde, ele conduziu-a até uma bela casa de banho no piso superior onde, finalmente, ela pôde lavar-se adequadamente, tendo à sua disposição uma infinidade de sabonetes e cremes corporais. Tornou-se uma experiência extraordinária tomar um banho prolongado com as mãos e os tornozelos acorrentados. Efectivamente, Magda tinha quase a sensação de ser a escrava de um príncipe de um emirado árabe. Os grandes espelhos do aposento reflectiam o seu corpo inteiro e desse modo teve uma noção objectiva da sua condição de submissa. Sentiu um ambíguo orgulho de ter a coleira e as correntes que acentuavam o seu estado de escravidão.


Deleitou-se com a visão das marchas do chicotes no corpo e das cordas nos pés.

Depois do banho, Henrique levou-a para uma pequena sala, confortável e bem iluminada, com uma deslumbrante vista sobre a serra. Emolduradas nas paredes, algumas tapeçarias representando cenas de caça na época medieval. No centro do ambiente uma mesa baixa com tampo de mármore rosa e pernas de mogno e, à volta dela, duas poltronas e um sofá de couro castanho. Oposto a ela estava um braseiro de bronze onde ardiam bastonetes de incenso perfumado. Um lado daquela divisão era totalmente ocupada por uma grande estante de livros. Magda gostou muito daquela sala que revelava, mais uma vez, o bom gosto e a notável personalidade de Henrique. Só agora ela se apercebia que estava perante uma figura de relevo do mundo empresarial que tinha adquirido contornos quase místicos ao longo dos anos. Ele jamais fizera alusão à sua verdadeira identidade durante as conversas que tinham tido na internet e a qualidade da fotografia da sua janela do messenger não a fizera antever de quem se tratava na realidade. Ele sentou-se bem no centro do sofá e mandou que ela se acocorasse diante da mesa.


Henrique apontou uma bandeja de prata. Magda retirou a tampa e viu vários pratos contendo iguarias desconhecidas. Experimentou sabores intrigantes, quase todos de origem indiana, confeccionados unicamente com ingredientes vegetais e derivados do leite, mas sem o menor vestígio de carnes. Adorou a refeição e bebeu uma deliciosa taça de vinho de Colares. Por fim, experimentou uma mousse de chocolate meio amargo, digna da mesa de um rei. Como estava algemada e não podia usar adequadamente os talheres, seus dedos não estavam limpos. Ele aproximou-se, chupou-os um por um e chupou também os lábios de Magda; depois passou para ela uma taça de estanho contendo água e pétalas de rosa onde a ela enxaguou as suas mãos.

Henrique saiu sem proferir uma palavra e a ela ficou sozinha. Vagarosamente levantou-se, aproximou-se da estante de livros e começou a olhar os volumes com bastante atenção. Embora eles se encontrassem atrás de uma porta, trancada e envidraçada, era possível ler os títulos. Tratavam-se de obras escritas em vários idiomas diferentes, que aparentavam ser bastante raros e preciosos. Magda observou a existência de inúmeras anotações empilhadas ao lado dos livros e, deduziu correctamente que eles não tinham funções meramente decorativas. Alguém os havia lido e relido com afinco; conseqüentemente constatou, corretamente, que Henrique confirmava ser uma pessoa de altíssimo nível cultural. Essa descoberta deixou-a cheia de orgulho e satisfação, pois o que mais valorizava num homem era, além da lealdade, a inteligência e a sua cultura geral. Henrique respirava aquela confiança de um homem do mundo.


Cerca de uma hora depois, Henrique voltou à sala com uma chávena de porcelana na mão e, enquanto tomava o seu chá verde, começou a fazer uma série de perguntas sobre a vida de Magda, os seus gostos pessoais,as suas amizades e projectos para o futuro. A conversa desenrolou-se amena por um bom tempo. Ela ficou à vontade, totalmente descontraída, falando com ele como se fosse um velho amigo até que, a um certo ponto, dirigiu-se a Henrique usando o pronome de tratamento “tu”.

Em menos de um segundo deu-se conta do erro que tinha cometido, quis repará-lo balbuciando monossílabos sem sentido enquanto o seu rosto enrubescia rapidamente. Não era medo o que Magda sentia, e sim vergonha de ter faltado ao respeito a um homem que por idade, condição e cultura merecia ser chamado de Senhor por qualquer pessoa. Muito mais no caso dela, que ele já reduzira à submissão total. O olhar de Henrique escureceu, os estreitaram-se e fulminavam o rosto dela.


Magda leu o pensamento do seu senhor e tentou aplacá-lo com palavras:

-Perdoe-me, Senhor! Sou uma idiota! Juro que nunca mais irei faltar ao respeito à pessoa mais interessante que já conheci em toda a minha vida e que me fez renascer forma. Agora, meu Senhor, aguardo o justo castigo que, tenho certeza, me será dado com inflexibilidade para que eu possa aprender, o mais rapidamente possível, a comportar-me da maneira mais conveniente a uma escrava submissa e obediente.

Henrique apreciou a atitude da jovem e esboçou um leve sorriso. Acenou que o seguisse e ela, bastante arrependida, foi atrás dele até um outro aposento, sem janelas, onde havia apenas uma cama e uma roldana segura no tecto. Da roldana pendia uma corda com uma extremidade livre e a outra fixada a uma argola na parede do quarto. Sem demoras, Henrique atou as mãos dela – que já estavam algemadas - com a extremidade livre e, puxando a outra, fez com que os braços de Magda se esticassem ao máximo, até ela apoiar-se apenas nas pontas dos pés.


Depois amarrou também os antebraços da mulher à altura dos cotovelos. Fez o mesmo com os joelhos e com os tornozelos - logo abaixo dos grilhões -, usando ataduras de couro macio que permitiram imobilizar fortemente os membros sem, todavia, feri-los. Por fim, enfiou a cabeça de Magda num capuz de couro preto, onde havia apenas duas aberturas para as narinas. O capuz foi fechado com uma fivela em torno do pescoço, portanto ela, não tinha condições de ver, ouvir, ou falar alguma coisa.


O senhor ponderou que tipo de castigo ia dar a Magda. Como as nádegas ainda estavam bem marcadas, resolveu golpear partes do corpo que ainda não tinham sido atingidos. Escolheu um chicote com finas tiras de couro na extremidade e começou a bater nos seios. A dor era viva, mas superficial. Tendo Henrique um amplo conhecimento da anatomia da dor, sabia que não se podiam maltratar excessivamente as glândulas mamárias. A pele da jovem encheu-se de estrias avermelhadas. Ela sentia pouca dor e muito prazer, aliás, um duplo prazer, físico e psicológico, pois estava a expiar uma culpa que ela supunha ser real. Seus mamilos ficaram rijos e, mais uma vez,Henrique aproveitou para pôr neles os prendedores de metal. Ela quase desfaleceu de tanto prazer. Henrique deu mais e mais golpes nos peitos de Magda até aparecerem, na superfície da pele, algumas gotículas de sangue.

Ele deslocou-se para o lado de trás e bateu também nas costas nuas.


Minutos depois, voltou para frente dela e chicoteou as suas coxas. Por um momento pensou que a pena podia ser suficiente, mas lembrou-se do antigo provérbio latim: “meglius abundare quam deficere”. Portanto pegou numa cadeira sem encosto e apoiou em cima dela as canelas de Maga que agora, ficando bem acessíveis, foram devidamente açoitadas na parte posterior.

Do capuz de couro saiam gemidos distantes. Foi naquele momento que Henrique teve a ideia de experimentar um tipo de prendedor especial, fabricado por um artesão que ele conhecera na Alemanha, mas que nunca usara anteriormente. Eram duas plaquetas de metal de dois centímetros de comprimento que podiam servir para apertar algo bem pequeno e escondido, como, por exemplo, o clítoris de uma escrava. Foi exactamente isso que ele fez, e sem a menor dificuldade, pois esse minúsculo órgão já estava inchado e pronto a ser apertado.

Uma onda de prazer sobre-humano percorreu o corpo da mulher. Ele ouviu um gemido forte e insistente, uma súplica abafada que expressava a necessidade imperiosa de alcançar o orgasmo sem ulteriores demoras. Maliciosamente começou a acariciar e a beijar cada centímetro da pele de Magda enquanto o desejo dela alcançava limites quase insuportáveis. Para ela essa era a pior das torturas e sentia que, se não tivesse tido um orgasmo imediatamente, o seu coração teria parado de pulsar. Mas ele quis adiar ainda mais o momento do prazer supremo.

Queria castigá-la mais um pouco e tinha que escolher onde bater, mas, basicamente, deixando de lado os braços, todo o corpo de Magda tinha sido fustigado. Observou, todavia, que quando batera nas plantas dos pés dela, devido à presença das muitas cordas que os atavam, um percentual expressivo da área das solas não fora atingido pelos golpes. Portanto, pôs novamente as argolas nos polegares e fustigou oportunamente as plantas dos pés, sem pressa, embora a escrava estivesse bem perto de desmaiar.


Quando terminou, desatou o lado da corda que estava na argola da parede, deitou Magda de bruços na cama, atou as mãos à cabeceira da cama e, sem tirar nem o capuz nem os três prendedores, penetrou-a por trás com força enquanto seus dentes mordiscavam a nuca da jovem mulher.

Ambos alcançaram um orgasmo fabuloso e Henrique, enquanto ejaculava, sabendo que ela não tinha como ouvi-lo, murmurou baixinho:

- Amo -te...


Continua...

3 comentários:

Palma da Mão disse...

Meu amigo, consegue visualisar-se cada baloiçar de palavras, está daquelas coisas que queremos ler muito mais:)
beijinhos

Vontade de disse...

Uma forma de amar diferente... mas aceita-se!

carpe vitam! disse...

interessante... se bem eu eu ficarei até ao fim a desejar ardentemente que ela se transforme em dominadora e ele em dominado. é só para ficar mais equilibrado. can you make it happen?

aproveito para deixar aqui um link de um autor muito bom nesta temática, não sei e conheces: http://omarkhayyam2.wordpress.com/

e já podes passar lá pelo tasco, a pekenina finalmente publicou o final do conto!
excelente fds para ti!