terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Poliamor


Relações múltiplas, simultâneas e consentidas. Não é só sexo. Sexo e afecto. Amores múltiplos. Poliamor. Um conceito novo para uma prática que sempre terá existido e que desafia um dos tabus maiores da nossa sociedade: a monogamia. Uma nova forma de conjugalidade, sem exclusividade afectiva e sexual e com igualdade de direitos. O que significa que não há lugar para traições, ilusões ou infidelidades. Porque ninguém é enganado. Não se trata de apenas sexo, como acontece com o swing ou a infidelidade sexual consentida, em que os envolvimentos emocionais estão proibidos. No poliamor (ou polyamory), a afectividade é a dimensão mais importante.

O poliamor retira o peso excessivo ao sexo. O mandamento da monogamia, da exclusividade, é substituído pelo mandamento da honestidade: não pode haver ninguém enganado. Difere também da poligamia - prática em que um dos cônjuges (normalmente o homem) tem vários parceiros - pela democratização dos direitos. A não fidelidade masculina era socialmente aceite, enquanto a infidelidade feminina sempre foi, e ainda é nalgumas culturas, severamente punida. O poliamor é uma estratégia de democratização das relações íntimas. Não se sabe quantos poliamorosos existem em Portugal. A introdução do conceito, no nosso país, é relativamente recente. O facto de agora começar a ser divulgado um conceito que traduz o que muitos já sentiam como sendo a sua forma de estar nos relacionamentos, mas não sabiam como designar, pode facilitar a que apareçam mais pessoas que se identifiquem com essa prática.

Quase todas as pessoas já sentiram emoções por várias pessoas ao mesmo tempo. Mas, o que normalmente acontece é a pessoa colocar-se em causa, considerando que há algo de errado consigo ou com a relação que tem. E, como é socialmente condenado, acaba por escolher um dos sentimentos. Este é o comportamento mais habitual, o que não significa que seja o mais saudável. Tudo o que traga liberdade aumenta a saúde mental. Trata-se, porém, de uma opção que não é fácil de assumir. Por receio de sanções familiares, sociais e até profissionais. Colocar em causa a monogamia é encarado como um ataque à instituição do casamento e desencadeia reacções extremas.Mas será que as novas formas de conjugalidade são uma ameaça social? Para mim, o poliamor é uma alternativa de estilo de vida, um outro modelo de relacionamento. Não ameaça nem substitui o que já existe.

5 comentários:

goti disse...

Meu querido, concordo plenamente contigo....rsrs
Beijos doces e alegres!!!!

Salomé Mello disse...

Poliamor, uma palavra que me foi atribuida por um amigo que só voltei a encontra aqui e amei.
beijinho

Vontade de disse...

Há um outro nome para isso:

fraguejo.


ahahah

Palma da Mão disse...

Olá, desejos de um Feliz 2010, e quanto ao post, o assunto é sério, eu respeito tudo aquilo que se baseia em respeito, se realmente tudo é aceite por ambas as partes, quem seremos nós para julgar, nós somos tão pequenos, tão limitados, que penso que os que se afastam disso nos assustam, mas a diferença existe em tudo, e desde que as pessoas se sintam bem e sejam felizes, acho que o céu é o limite:)

beijinhos

carpe vitam! disse...

Há um livro muito interessante sobre o assunto: http://www.amazon.com/Ethical-Slut-Practical-Relationships-Adventures/dp/1587613379/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1263577917&sr=1-1

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