domingo, 31 de janeiro de 2010

Eros Porto ´10


Está em preparação a III edição do Eros Porto, Salão Erótico do Porto, que terá lugar entre 4 e 7 de Fevereiro, no Pavilhão Multiusos de Gondomar. Em 2010, o evento terá a Itália como país convidado, a presença de personalidades surpreendentes, o regresso do universo fetish e o lançamento mundial do primeiro filme interactivo para adultos.
Consolidado como um dos mais importantes eventos do universo do erotismo, sexualidade e entretenimento para adultos da Península Ibérica, o Eros Porto está a preparar muitas novidades para a edição deste ano.

A interactividade com o público é também uma das grandes apostas, estando previstos diversos concursos que irão desafiar a ousadia dos nortenhos, e diferentes actividades onde o próprio visitante é o protagonista, de que são exemplos a realização de um filme para adultos ou a produção de uma sessão fotográfica em directo. A Itália terá honras de país convidado, estando previstas as participações de estrelas transalpinas de renome, algumas das quais serão uma autêntica surpresa para o público português.
O regresso do universo fetish, o sushi erótico e os workshops de apresentação das principais novidades em artigos são outras das novidades. O Eros Porto’10 terá áreas temáticas como Atelier Erótico, Swingers, Tântrica, LGBT, BDSM, Feminina, Estúdio X, Concursos, Boulevard Erótico e Restaurante Erótico Italiano.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Magda III


Obviamente que agora não tinha mais como se proteger dos golpes que, também dessa vez, caíam ritmados e impiedosos. Sim, sentiu dor, mas era uma dor diferente daquela que tinha experimentado nas nádegas. Talvez mais lacerante, mas, ao mesmo tempo, mais prazerosa. Era como se os impulsos nervosos alcançassem directamente o cérebro, como se tivesse sido estimulada a parte mais íntima e sensível do seu corpo. Uma perfeita mistura de dor e de prazer, uma manifestação de submissão total e incondicionada. Além disso, o facto de estar totalmente imobilizada impunha que ela recebesse o castigo serenamente, pois, nada podendo fazer para impedi-lo, percebia o seu próprio corpo como se fosse o de uma pessoa alheia que estava a receber um castigo bem merecido. Percebeu também, e com um certo orgulho, a excitação do homem que a fustigava, a respiração acelerada dele. Finalmente, o seu raptor emitia algum som e esboçava alguma reacção. Mais uma vez seus pés haviam funcionado como um instrumento de sedução. Chegou perto do orgasmo, mas o homem não permitiu que ela alcançasse o topo do prazer. Ele guardou o chicote flexível, pegou noutro cuja ponta terminava com duas pequena esferas de ferro e bateu energicamente nas plantas dos pés de Magda. Dessa vez a dor foi enorme, fazendo com que ela quase perdesse os sentidos. Magda chorou e implorou que a tortura parasse e, surpreendentemente, a tortura parou, mas não devido às suas súplicas. Apenas porque o seu raptor não queria deformar aqueles pés lindos e aveludados, fonte de seu desvairado prazer.


Foi deixada naquela posição horas a fio. A pele do traseiro e das coxas ardia, as plantas dos pés pareciam ter sido queimadas, os prendedores apertavam impiedosamente seus mamilos, sentia os pés extremamente apertados e, ainda por cima, o homem, antes de sair, colocara um dildo na sua vagina. As horas passavam lentas e extremamente penosas. O corpo de Magda tremia de febre e de dor mas, na medida em que a dor ia diminuindo um pouco, voltava uma excitação paradoxal, uma necessidade imperiosa de ter um orgasmo que a compensasse de tantos sofrimentos. Tentou mexer os quadris para alcançar o prazer, mas estava tão atada, tão imobilizada que os movimentos eram milimétricos. Mentalmente contou os cadeados que a prendiam: um na coleira, dois nos braços, dois nos pulsos, um no cinturão, dois nas pernas, quatro nos tornozelos mais um que segurava os quatro e enfim um nos polegares dos pés. Em tudo quatorze cadeados. Duas vezes sete, que é o número perfeito. E dez eram também os pontos do corpo dela que tinham sido atados: o pescoço, os braços, as mãos, a cintura, a parte baixa das coxas, a parte alta das canelas, os tornozelos, os calcanhares, os pés e os polegares dos pés. E pensar que sempre tinha gostado do número dez, achando-o o número da sabedoria.

Em certos momento adormecia um pouco, noutros meditava sobre a sua condição de escrava: em menos de doze horas tinha passado de uma condição de liberdade total a outra absolutamente oposta. Ela tinha sido despida, atada, acorrentada, exposta, chicoteada, torturada, privada da sua personalidade e dignidade; sentiu-se inferior até a um animal, pouco mais que um objecto cuja função era de proporcionar prazer a um senhor desconhecido e cruel que nem se dignava a proferir uma única de palavra. Mas, ao mesmo tempo, compreendeu que, apesar das aparências, ela mesma estava a exercer um poder subterrâneo, telúrico sobre o seu carcereiro. Se ele era o sol, ela era a lua, pois seu instinto indicava-lhe que aquele homem necessitava dela, do seu corpo, da sua mente, da sua alma. Ele dominava-a fisicamente, mas ela era a dona secreta dos desejos e dos sonhos de seu mestre-amante.

Pouco antes do amanhecer, ele entrou novamente, tirou a corda que juntava os pulsos com os tornozelos e o corpo de Magda ficou de novo esticado em cima do colchão. Rapidamente o homem passou um pouco de lubrificante no ânus dela e penetrou-a lentamente. Não era a primeira vez que Magda praticava sexo anal, poderia dizer-se que era uma prática que a excitava bastante em algumas ocasiões. Mas desta vez entendeu que não era admissível outro tipo de relacionamento sexual, só assim podia ser concebida a relação entre um dominador e a sua escrava. Também nessa circunstancia o raptor soube demonstrar uma notável competência e um profundo conhecimento dos prazeres mais obscuros do sexo. Agindo sem pressa, com determinação temperada, soube proporcionar um prazer desumano à prisioneira que chegou a vir-se uma, duas, três vezes antes de desmaiar definitivamente ainda com o membro viril enfiado nas suas entranhas.


E o carcereiro? Como foi o sono dele agora que o objecto de seus desejos mais secretos estava em seu poder? O que Magda não sabia é que o seu raptor era uma importante figura do mundo empresarial português e com larga influência política na área da direita. Henrique Capelo Menezes regia energicamente o seu pequeno império e era figura regular nas capas de revistas de negócios e jornais financeiros. Apenas um pequeno toque exótico o distinguia dos demais empresários. Henrique ainda era de linhagem aristocrática, o que lhe conferia uma aura de arrogância e elitismo odiada pelos empreendedores emergentes. Pouco ou nada se sabia da sua vida privada. Estava perto de atingir os cinqüenta anos mas irradiava charme e elegância. Mantinha o corpo em forma, feições bem vincadas, cabelo grisalho bastante espesso e era detentor de um par de olhos azuis magnéticos. Casara-se cedo, com 23 anos, mas ficara viúvo quatro anos depois, na sequência de um trágico acidente de viação em que se vira envolvido, sem deixar descentes para a sua fortuna considerável. A partir desse momento nada se sabia sobre a vida sentimental deste homem. Henrique gostava acima de tudo de se refugiar no seu casarão escondido na serra de Sintra, longe da confusão de Lisboa e dedicava os seus tempos livres a ler compulsivamente e a organizar a sua vasta biblioteca que organizara com um rigor quase matemático. Outras das suas grandes paixões eram a fotografia e as viagens. Ao longo do tempo também fizera um número considerável de viagens ao exterior de onde regressava com um infindável número de fotografias dignas de um profissional. Apenas lamentava o facto dos negócios lhe deixarem pouco tempo livre para viagens mais prolongadas. Os ocasionais encontros de família e as reuniões com os funcionários das suas empresas eram os seus únicos momentos de interacção social.


Apesar de ser um homem atraente e possuidor de um notável status social, a sua vida privada após a ter perdido a mulher, tinha sido pontuada por escassos relacionamentos. A sua firme dedicação ao seu grupo de empresas não lhe deixava margem para grandes aventuras amorosas. No entanto, durante os últimos anos acabou por se interessar pelo BDSM por clara influência de um amigo alemão de longa data, Otto Streich, que se dedicava a estes prazeres extremos há vários anos. Henrique começara pela leitura de diversas obras dedicadas à temática e usava a internet frequentemente para recolher informações. Henrique tinha como que renascido para a sexualidade ao descobrir um prazer inigualável através destas práticas. No entanto, a sua visibilidade pública não permitia que ele se aventurasse em demasia neste universo, pelo menos, a nível do território nacional. As suas primeiras experiências neste domínio tiveram lugar na Alemanha, na companhia de Otto e só passado dois anos é que se aventurou a solo noutras viagens que realizara. Com o passar do tempo, foi desenvolvendo uma obsessão de ter uma escrava exclusiva para si. As pequenas aventuras que ia tendo além-fronteiras já não o satisfaziam e pensava insistentemente como poderia concretizar o seu desejo supremo. Queria acima de tudo encontrar uma companheira que partilhasse o mesmo imaginário que ele e se submetesse a todas as suas vontades e fosse feliz nessa sórdida simbiose. Tinha consciência que não seria tarefa fácil e também queria evitar a vulgaridade de ter de procurar a almejada parceira no submundo que parecia ser indissociável do universo BDSM.

O seu contacto com Magda surgira ocasionalmente. Por mero acaso, numa noite, descobrira o blogue dela e ficara impressionado com a sua escrita e com o seu imaginário sexual. Vasculhou o arquivo do blogue e foi-se deliciando com os seus textos e com as fotografias do seu corpo que ela publicava com alguma freqüência. Em nenhum dos textos ela fazia alusões ao sado-masoquismo mas ainda assim, ele notava que aquela jovem mulher tinha clara tendência para ser submissa. Tratou de entrar em contacto com ela e tinham-se comunicado durante dois meses onde conversavam sobre variados temas. Ela parecia fascinada sempre que ele falava das suas viagens e foram raríssimas as vezes que falaram sobre sexo. A Magda tornara-se de forma quase espontânea a sua escolha, embora ele próprio não soubesse fundamentar as bases dessa decisão. Talvez o facto de saber que não tinha amizades muito profundas e que tinha os pouco familiares que lhe restavam, longe da capital, tivessem tido alguma influência na sua decisão. Aproveitando a oportunidade do seu amigo Otto se encontrar de visita a Portugal, marcou um encontro com ela na sua própria casa. Foi com um certo peso de consciência que viu Magda ser literalmente atacada pelo alemão poucos momentos depois de ter passado o portão de sua propriedade, enquanto ele assistia a tudo da janela da sala tremendo de nervosismo. Aquele tornara-se o seu segredo mais íntimo e estava decidido a dedicar o tempo e os esforços que fossem necessário para tornar Magda a sua escrava e viverem em comunhão de prazeres proibidos.

Nunca se sentira tão vivo como naquelas primeiras horas em que tivera aquela linda mulher à sua mercê e tornara-se algo de irreversível de que ele não abdicaria por nada deste mundo.


Continua..

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Jade


Um dia gostaria de escrever um argumento para um filme. Acredito que fosse algo dentro deste género...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Respiro o Teu Corpo


Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.

[Eugénio de Andrade]

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Elas Andam Aí!

Será possível que eu já não possa aceder a páginas com conteúdos para adultos, sem que saltem janelinhas no canto inferior do monitor com gajas com cara de tudo, menos de portuguesas, a dizerem que estão perto de mim e doidas para me comer?

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cremosidade



Há muito tempo que eu não saboreava as famosas bombocas. Embora já não sejam comercializadas com esse nome, o paladar mantém-se o mesmo. Simplesmente delicioso aquele recheio cremoso envolto na fina capa de chocolate crocante. Há dias, eu e a Z. encontrámos uma forma alternativa de as saborear. Garanto que o sabor ficou ainda melhor...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Salto Agulha?


Agora entendo melhor a predilecção de muitas mulheres pelo uso de sapatos de salto alto...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Intenso


Com toda a minha força, desejo e paixão
Sinto a tua vontade a ser saciada
.
No meu corpo que é a tua morada,

no nosso amor que é pura perdição...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Magda II


Um barulho de chaves, de trincos abertos e novamente fechados, de passos que se aproximavam acordaram-na. Agora o carcereiro estava perto dela. As mãos do homem a ajudaram-na a levantar-se e Magda ficou ajoelhada em cima do colchão. Os dedos do desconhecido apalparam o seu pescoço. Logo sentiu o contacto com o couro frio de uma coleira e ouviu o som metálico e seco de um pequeno cadeado que estava a ser fechado. Sentiu-se como se sente um animal e teve vergonha de estar nua e impotente diante daquele homem. O pânico deixara-lhe a garganta absolutamente seca e sentia-se incapaz de proferir o mínimo gemido.

Baixou a cabeça quando o homem começou a tocar nos seus peitos, a acariciá-los voluptuosamente. Instintivamente Magda ergueu a cabeça procurando encontrar os olhos do indivíduo, mas a venda não lhe permita de ver nada. Mesmo assim o carcereiro interpretou esse gesto como um desafio, como uma grave forma de insubordinação. Despeitado, apertou com a mão os peitos e os mamilos, pegou numa pequena corrente (segurando-a na argola dianteira da coleira) que terminava com dois prendedores cuja pressão podia ser regulada com um parafuso. Os prendedores foram colocados nos mamilos e os parafusos apertados progressivamente para o deleite do carcereiro. Magda começou a gritar de dor, mas o homem não se importou e apertou até que os mamilos ficarem bem presos. Ajudou-a a rapariga a levantar-se e, puxando-a pela corrente, acompanhou-a até um vão onde estava uma pequena casa de banho. Magda teve que urinar diante do homem. Sentiu-se morta de vergonha, mas cada vez mais se apercebia que estava ali para ser uma escrava, uma espécie de animal amestrado. Não tinha direito à menor privacidade. O carcereiro limpou a vagina da mulher que era totalmente depilada. Acariciou os lábios vaginais, o clitóris e a parte interna das coxas. Magda sentiu-se momentaneamente excitada e envergonhada de se sentir assim. O homem percebeu que os mamilos de Magda tinham ficado mais rígidos e aproveitou para apertar mais ainda os parafusos. Ela sentiu uma dor mas, contra a sua própria vontade, ficou molhada…

Voltaram para junto do colchão. O carcereiro deu umas leves mordidelas nas orelhas e no pescoço de Magda. Ela ficou toda arrepiada. O homem mantinha-se num silêncio sepulcral sem proferir uma única palavra. Quando o homem começou a acariciar as costas, o rabo, a barriga e as pernas, ela estremeceu tentando conter uns suspiros de desejo. Sentiu-se sem vontade própria, como se fosse um simples pedaço de carne, mas carne viva, composta de músculos e nervos pulsantes.

Agora estava em pé: nua e atada diante do seu senhor. Ele começou a beijá-la na boca, mordendo os lábios e os ombros, chupando a parte de pescoço livre da coleira. Magda sentiu uma onda de calor invadir todas suas fibras. Nunca Magda tinha sido beijada com tanta ousadia, com tanto ardor e, principalmente, nunca tinha experimentado a dominação. Ela, que sempre tinha encarado com ironia os relacionamentos sadomasoquistas, estava a ensaiar, pela primeira vez na vida, um prazer que lhe era quase desconhecido. Ela, que costumava gozar com uma amiga que se assumia como submissa, estava agora a descobrir que o seu desejo sexual alcançava intensidades inimagináveis. Ainda tinha medo e vontade de fugir, de correr, mas não eram apenas as correntes que a impediam de livrar-se daquela situação. Umas forças obscuras, prepotentes, avassaladoras surgiam das partes mais íntimas do seu corpo e espalhavam-se, enfraquecendo os músculos, os nervos, o cérebro. Pensou que se não tivesse sido tão fortemente atada, suas carnes teriam-se desmanchado como gelatina. De certa forma eram os cintos e as correntes que a sustentavam.

O desconhecido, sem parar de beijá-la e de explorar seu corpo com a língua, começou a brincar com seu clítoris apertando-o e esfregando-o com os dedos. O desejo alcançou um limite insuportável. Para melhor oferecer a sua boca aos beijos do carcereiro que era alto, Magda levantou-se na ponta dos pés: nesta posição os grilhões e as argolas de ferro apertavam mais ainda os tendões dos tornozelos fazendo com que ela percebesse com intensidade maior a sua condição submissa. Quando o homem introduziu também um dedo no ânus massageando a sensível mucosa, ela teve um orgasmo tão intenso que quase desfaleceu. O seu corpo, molhado de suor, de saliva e pulsão sexual, foi abandonado em cima do colchão. Por enquanto o seu raptor estava satisfeito por tê-la dominada psicologicamente, mas este era apenas o prólogo de um longo caminho de submissão que devia incluir etapas bem mais perversas. Magda tinha conciência disso. Mesmo assim adormeceu saciada, sem pensar muito nos episódios com que se iria deparar no futuro.

O sono de Magda foi interrompido bruscamente. Uma dor viva e cortante dilacerou as suas nádegas. Estava a ser chicoteada sem ter a menor possibilidade de reagir. Os golpes atingiam o seu rabo e nas coxas com regularidade: um em cada três segundos. O carcereiro sabia o que fazia, sabia como castigar uma mulher até quebrar a sua vontade, até domá-la e subjugá-la totalmente. Ele não parecia ter pressa e nem batia com muita força, pois o objetivo era de prolongar ao máximo o castigo sem, todavia magoar excessivamente o corpo de Magda. Nesse sentido era realmente um mestre. Os golpes eram dados com perícia, perpendicularmente ao corpo dela, começando da parte mais alta das nádegas até aos cintos de couro que prendiam os joelhos. Nunca um golpe era repetido no mesmo ponto.

Magda sentia dor, mas era uma dor que se ia revelando estranhamente prazerosa que renovava seu desejo de orgasmo, principalmente quando o homem mudou a direcção dos golpes que agora caíam paralelos ao corpo, castigando o lado interno das coxas e o rego do rabo. Em certos momentos a dor tornava-se mais intensa, quase insuportável e ela gritava em desespero, Era evidente que aquele castigo era fonte de um imenso deleite para o seu raptor e que, portanto, Magda não passava de um mero objecto de prazer nas mãos de um senhor absoluto e implacável. Nada podia fazer, a não ser gemer e submeter-se aquela implacável tortura. Enfim a tortura terminou. Ou pelo menos foi isso que ela pensou.

O carcereiro segurou os tornozelos da prisioneira e colocou um cadeado nas argolas dos grilhões: dessa forma as pernas de Magda ficaram totalmente imobilizadas, sem a menor possibilidade de movimento. O torturador começou a acariciar e beijar o dorso e os dedos dos pés, a massajar as plantas dos seus pés, demonstrando um interesse descomunal para as extremidades da sua vítima. Objectivamente Magda tinha muito orgulho dos seus pés, pequenos, branquinhos, esteticamente perfeitos. Lembrou-se de como inúmeras vezes tinha-os usado como instrumento de sedução. No verão saía frequentemente de casa com sandálias de salto alto, de tirinhas que deixavam os seus pés bem visíveis. Via, satisfeita, os homens sentados nas mesas dos cafés, a babar, com os olhos cheios de desejo. Era extremamente meticulosa na escolha do seu calçado e dava sempre preferência a modelos sensuais que evidenciavam a perfeição dos seus pés e atraíam os olhares masculinos.

Por breves momentos lembrou-se do Prof. Carlos, o orientador da sua tese, com quem ela adorava brincar de gato e rato, num estranho clima de sedução. Também ele parecia ter um fetiche pelos seus pés e não eram raras as vezes em que ela o apanhava a observá-los de modo ostensivo. Ela sorria para ele, mas era um sorriso de escárnio, pois gostava de provocar um homem que, com a sua idade poderia ser seu pai. Após breves horas de cativeiro, aqueles jogos de sedução pareciam-lhe brincadeiras de criança perante a perversidade em que tinha mergulhado naquela casa.

Deitada no colchão sentiu que os seus tornozelos estavam a ser amarrados e puxados na direcção das suas mãos da tal forma que as canelas ficaram perpendiculares ao chão e as solas dos pés expostas. Com a mesma corda, o homem atou os pulsos dela, deixando-a numa posição bastante incómoda. Em seguida o homem pegou num chicote bem flexível e começou a bater nas plantas dos pés, começando pelos calcanhares e subindo até aos dedos, repetidamente. Instintivamente Magda tentou proteger uma sola com a outra, pois, de certa forma, seus pés ainda estavam livres, mas ele era demasiadamente matreiro, escolheu uma corda fina e comprida. Deu uma dúzia de voltas em torno de cada pé, junto dos calcanhares, repetindo a mesma operação junto aos dedos, apertando as extremidades dos pés dela. Por fim, pegou em dois anéis de ferro que, através de um pequeno cadeado, bloquearam também os seus polegares. Magda deu conta que tinha os seus pés perfeitamente imobilizados, tendo a sensação de ter calçado um par de sapatos demasiadamente apertados. Ela continuava a estranhar o silêncio do seu raptor. Tudo se desenrolava na penumbra e ela mantinha-se vendada. Nem poderia assegurar de que se tratava de Henrique de quem tinha uma vaga imagem pela fotografia que ele apresentava na janela do messenger. Porém, ela sentia-se manifestamente impotente para tentar qualquer tipo de diálogo ou questionamento. A sua mente tinha mergulhado num estranho turbilhão de sensações que alternavam entre o medo e um bizarro prazer sexual para o qual ela não tinha uma explicação racional.


Continua...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

8 MM


Durante os últimos tempos tenho-me lembrado insistentemente do filme 8 MM. Não sendo uma obra-prima de referência, tornou-se para mim um filme incontornável. Talvez me tenha feito pensar pela primeira vez nos perigos envolvidos em fantasias sexuais que vão longe demais e de todo um mundo sórdido e obscuro que muitas vezes está associado aos prazeres mais lascivos. Nicolas Cage interpreta o papel de Tom Welles, um detective privado que é contratado por uma viúva de um milionário para descobrir se um filme que foi encontrado no cofre do marido é verdadeiro ou não. Nesse filme, uma jovem adolescente é torturada até à morte por um sinistro dominador que enverga uma máscara de couro negro. A partir desse momento, as pistas conduzem o investigador ao submundo da pornografia, um universo perigoso em que o valor da vida humana é absolutamente desprezado. Um dos poucos filmes que aborda a questão dos snuff movies, pequenos filmes feitos por encomenda, que normalmente envolvem práticas sexuais brutais e que muitas das vezes mostram a morte de um dos intervenientes. Um dos mitos urbanos mais intrigantes para os qual muitos poucos têm resposta.
Existem filmes que devem ser visionados com os olhos nas entrelinhas e este é um desses. Quem procura puro entretenimento, desista de o ver porque está além das superficialidades comuns em Hollywood. Um mergulho hediondo na alma humana e em que fica provado que não existe justificação possível para o mal. Acredito que o realizador Joel Schumacher quis acima de tudo passar a mensagem de que existem ao nosso redor demasiados lobos que vestem a pele de cordeiros e que escondem os seus sórdidos desejos. Um filme de atmosferas sombrias e perturbadoras.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Expressão Oral


Confesso que ando absolutamente viciado em sexo oral.

Tudo graças às técnicas avassaladoras que decidiste empregar para devorar o meu pau.

Adoro o deslizar da tua língua nas minhas partes baixas.

Os teu ruídos de sucção.

A saliva abundante.

As palavras picantes que gostas de ouvir.

E o final absolutamente magnânime quando me olhas directamente nos olhos e pedes que eu me venha na tua boca.

Ver-te engolir o meu néctar...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Jantar-Convívio


Numa tentativa de incentivar o convívio e descobrirmos quem se esconde por trás das personagens que escrevem os blogues de temática erótica onde nos movemos, eu e a Millady decidimos organizar um jantar no próximo dia 27 de Fevereiro de 2010 - Sábado. Estão convidados todos os bloggers eróticos e alguns leitores. Em princípio, o evento terá lugar num restaurante nas imediações de Vila Nova de Gaia. Poderemos ainda prestar algum auxílio em termos de alojamento num motel da proximidades, a todos aqueles que vierem de regiões mais afastadas. Aproveitamos a ocasião para vos pedir que façam passar a palavra e divulguem o evento nas vossa páginas.
Para maiores esclarecimentos e pré-inscrições até ao próximo dia 20 de Fevereiro, os interessados deverão entrar em contacto connosco pessoalmente ou através do e-mail: jantar.gaia.2010@gmail.com.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Magda I


Magda surpreendeu-se um pouco quando ouviu uma voz masculina, anónima e extremamente sensual do outro lado da linha. Fazia dois meses que comunicava com Henrique via internet mas até ao momento nunca tinha falado pelo telefone com ele. O contacto tivera início com um simples e-mail que ele lhe enviara a tecer os maiores elogios ao blogue onde Magda escrevia regularmente e, onde dava asas ao seu rico imaginário erótico. Após dois ou três e-mails, passara a comunicar regularmente por intermédio do messenger. Ela sentia-se crescentemente fascinada por aquele homem maduro, educado, viajado e com uma cultura invejável. Eram vários os dias em que se mantinham em conversas até altas horas da madrugada onde tocavam uma enorme diversidade de temas. Aqui e ali, pontuavam a conversa com pequenas insinuações e trocadilhos mais ou menos picantes. Ao longo do tempo, Magda tinha-se habituado a comentários atrevidos no seu blogue e os corriqueiros e-mails que lhe enviavam com convites e propostas mais ou menos explícitas. No entanto, até à data nunca tivera a vontade ou a coragem de se encontrar com nenhum dos seus admiradores. Aquele telefonema iria marcar um ponto de viragem. Henrique propunha-lhe um encontro em casa dele ao final da tarde. Ela devia saber que era perigoso ir para um lugar tão afastado, na casa de um desconhecido, apenas porque lhe parecia ser um homem interessante. Foi talvez por isso, ou por um inconsciente, ou por um inconsciente e obscuro desejo de enfrentar uma situação misteriosa que Magda, deixou de lado as mais elementares regras de segurança, pegou no seu velho Lancia, saiu de Odivelas e tomou o caminho rumo a Sintra.

Agora, enquanto se encontrava nua e acorrentada nas mãos de um sádico torturador, lembrou-se de que devia ter informado pelo menos uma das suas amigas sobre este misterioso encontro. Lembrou-se de como tinha chegado ansiosa naquela casa isolada, no meio da serra de Sintra, nas imediações de Monserrate. Um edifício cercado por um muro alto, que o tornava parecido com um castelo medieval. Recordou-se vagamente da sensação de solidão que emanava do jardim e das paredes cinzentas e cobertas de hera da fachada, mas não imaginava que pouco depois de entrar pelo enorme portão, seria logo drogada, despida e atada.

Onde estava agora o seu carro? Imaginava que fora queimado e atirado num precipício perto do mar juntamente com os seus documentos e o telemóvel, assim, caso algum dia alguém o descobrisse, os investigadores da polícia iriam pensar que teria ocorrido um trágico acidente de viação. Mas afinal quem poderia alertar a polícia? Ao sair de casa, Magda não tinha comunicado a ninguém para onde se dirigia. Vivia sozinha e o os dez andares do prédio onde morava não lhe permitiam ter relações de proximidade com nenhum vizinho. Quanto aos seus amigos, tinham-se habituado aos seus longos silêncios desde que se embrenhara na escrita da sua tese de mestrado e às suas temporadas no Alentejo onde viviam os pouco familiares que lhe restavam.

Magda apercebia-se lentamente que ninguém a procuraria nos tempos mais próximos, que era como uma morta para o mundo, uma morta viva. Naquela sala húmida, os seus olhos vendados procuravam um raio de luz. Os seus pés, fortemente acorrentados, tacteavam o chão como se aquele piso áspero e coberto de poeira pudesse dar-lhe uma resposta às interrogações que a atormentavam. Sentia os seus braços e as suas mãos presos sem a mínima hipótese de libertação e lembrou-se de cenas de alguns filmes de espionagem que tanto apreciava. Agora sabia o que sentiam os espiões quando eram capturados pelos serviços secretos inimigos e atirados para porões onde os aguardavam torturas horrendas.

E lembrou-se também das longas conversas que tivera com Henrique sobre as suas diversas viagens. Com efeito, agora estava prestes a começar uma viagem realmente diferente. Uma viagem ao mundo da submissão total, onde a sua vontade não tinha qualquer valor, onde o seu corpo seria tratado como mero objecto de prazer, como uma cobaia utilizada para experiências requintadas de tortura física e psicológica.

Passaram-se algumas horas. Não ouvia o menor ruído, pensou que o seu carcereiro se teria ausentado e tentou explorar aquele espaço procurando, quem sabe, uma porta, uma janela ou um telefone. Mas mesmo que os tivesse encontrado, como iria fazer para pedir socorro? Estava de olhos vendados, os cotovelos amarrados, as mãos acorrentadas atrás das costas e presas a um cinto de couro que lhe cingia a cintura. Mesmo assim ainda se conseguiu mexer, mas o carcereiro havia atado também as suas coxas com dois cintos de couro, um acima, outro logo abaixo dos joelhos que, dessa maneira, não permitiam que ela caminhasse normalmente. Só podia avançar arrastando os pés no chão, mas apenas por poucos centímetros, devido tanto aos cintos nos joelhos, quanto à corrente das tornezeleiras, que era curta. Deu vários passos ao acaso, mas, a certo ponto, algo rígido bloqueou a sua marcha grotesca. Percebeu que, além dos grilhões, lhe tinham prendido cada tornozelos com uma argola de ferro, e que as argolas ficavam na extremidade de uma outra corrente relativamente comprida que a mantinha presa ao chão. Desesperada, deu conta que os seus tornozelos estavam duplamente acorrentados. Sentiu-se perdida, sentiu-se como uma escrava presa numa masmorra. Tudo era silêncio. Um silêncio horrível. Silêncios esses que apenas era quebrados pelo barulho metálico e frio das correntes e, pelo esfregar das solas dos pés no piso húmido de pedra. Dois ruídos de natureza completamente oposta: um áspero e duro (como a voz imperiosa de um guerreiro), o outro aveludado, meigo e submisso (como a voz meiga de uma gueixa).

Não obstante, havia uma certa harmonia naqueles sons, uma espécie de complementariedade entre a rigidez absoluta e irrevogável dos grilhões e a fragilidade dos tornozelos e dos pés dela. Magda apercebeu-se desse detalhe e, apesar do medo que a deixava quase parilisada, sentiu um estranho frio na barriga, sentiu que talvez, no fim daquele túnel obscuro, podia haver uma esperança, uma dimensão que até então lhe era totalmente desconhecida. Como um animal cego, continuava a explorar o piso, mas, em qualquer direcção que se dirigisse, era-lhe sempre imposto o limite da corrente. Desconhecia as verdadeiras dimensões do seu cativeiro. Resolveu, então, ir na direcção oposta à força que a bloqueava. Deu meia volta e acompanhou com os dedos dos pés a corrente estendida no solo. Tentou lentamente alcançar o ponto onde devia ter sido fixada no chão. Depois de ter percorrido cerca de cinco metros, percebeu a presença de um pequeno colchão. Imaginou, justamente, que teria sido ali colocado para ela se deitar.

Sentou-se, ou melhor, caiu em cima dele, pois os cintos e as correntes tornavam muito trabalhoso qualquer movimento. Permaneceu sentada por cerca de uma hora tentando livrar-se, forçando alternadamente o que lhe prendia os braços e as pernas, percebendo, todavia que, à medida que ela se enfraquecia, os atilhos não cediam um só milímetro. Esperneou, gemeu, chorou, mas não gritou para não chamar a atenção do raptor que talvez estivesse por perto. Enfim, exausta e vencida, deixou que o seu corpo tombasse em cima do colchão. Como as grossas algemas que seguravam os seus pulsos magoavam as suas costas, teve que se deitar de bruços e logo caiu num sono pesado e povoado de sonhos estranhos.

Continua...