segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fuga da Rotina II



Rogério instala-se confortavelmente num sofá comprido, encostado à janela da sala. Continuava a sentir um formigueiro no corpo. Apalpa o bolso do casaco e sente o volume do maço de tabaco. Aquela ansiedade dava-lhe vontade de fumar mas considerou que seria um abuso de sua parte, acender um cigarro sem a permissão da dona da casa. Para além do mais, olhou em volta e não vislumbrou nenhum cinzeiro no aposento. Alice não deveria ser fumadora. Ele aproveita aquela pausa para observar a decoração da sala. Movéis pesados e quadros enormes evocando figuras mitológicas. Os elementos decorativos não combinavam muito bem com a imagem jovial que Alice ostentava. Rogério deduziu que deveria ser divorciada e que o recheio da casa deveria remeter aos tempos em que seria casada. Mas tudo isto não passavam de devaneios de uma mente que tentava espantar a ansiedade pelo desenrolar daquele encontro inusitado. Os pensamentos de Rogério são interrompidos pela aparição de Alice na sala.
- Suponho que me vá acompanhar numa bebida. Não me venha com essa história de que não bebe em serviço - diz ela, avançando para um pequeno bar em formato de globo, ao lado do sofá.
- Sim, não há problema - gagueja ele.
- Também não há problema. Não tenho muita coisa para lhe oferecer...espero que goste de licor beirão.
- Perfeito! Gosto bastante! - exclama Rogério.

Alice estende um cálice cheio daquele licor de cor caramelizada na direcção de Rogério e senta-se a seu lado. Encosta um braço na cabeceira do sofá e dirige o seu olhar para ele que ainda manifesta alguma timidez. A conversa inicia-se com trivialidades. Gradualmente, o diálogo toma contornos mais insinuantes. Tal como ele calculara, Alice era divorciada há cerca de oito anos mas dava a entender que era um assunto perfeitamente arrumado na sua cabeça. Dizia que gostava de se sentir livre e que nos últimos tempos tinha descoberto uma nova faceta na sua personalidade, que a fazia sentir plena a nível sexual.
Rogério agita-se no sofá e sente uma leve erecção. Parecia-lhe óbvio que aquela mulher queria muito mais que dois dedos de conversa e resolve lançar mais achas na fogueira.
- Muito bem. E pode-se saber que nova faceta é essa... - murmura ele.
Alice passa uma mão nos seus cabelos curtos e solta uma sonora gargalhada.
- Descobri que sou dominadora, meu querido! - responde sem pudores.
- Tenho de admitir que nem sei bem o que isso é. A nível do sexo, nunca fui muito além do trivial, aquilo que toda a gente faz - adianta ele, corando ligeiramente.
- Não seja por isso. Nunca é tarde para descobrirmos aquilo que nos dá mais prazer... - diz ela naquele tom de voz arrastado, que se tornava cada vez mais sensual.
Alice toca no rosto dele. Aquele toque ainda o deixou mais electrizado e sente uma pontada ainda maior na zona genital. Rogério debruça-se para a frente com a intenção de a beijar.
- Nada disso! Espera um pouco...vou-te preparar uma surpresa.
A resposta de Alice deixa-o perplexo, mas nada diz. Ela levanta-se e pede para ele esperar mais um pouco. Ele acena a cabeça em sinal de concordância, enquanto ela sai na direcção dos quartos.

Alguns minutos depois, Rogério nem queria acreditar no que lhe estava a acontecer. Alice apresentava-se à sua frente com um vestido justo ao corpo. As laterais eram de couro vermelho e a parte central em tecido transparente que deixava vislumbrar as suas formas generosas. Os seios grandes hipnotizavam o seu olhar. A indumentária era completada por umas botas pretas de cano alto de vinil preto, acima do joelho e com uns saltos de quinze centímetros. Numa das mãos trazia um instrumento que o deixou momentaneamente atemorizado. Uma longa chibata que seria mais apropriada para a práticas de desportos equestres. Na outra mão umas algemas prateadas.
Quando Rogério se prepara para levantar do sofá, é detido por Alice que encosta um dos pés ao seu peito fazendo-o recostar-se para trás.
- Agora quem manda sou eu! A partir deste momento serás o meu escravo e apenas irás fazer aquilo que eu ordenar ou permitir... - diz ela num tom bastante autoritário.
Rogério sente-se atordoado e nem sabia como reagir. Por momentos, ainda pensou em sair dali para fora, receando ter-se deparado com uma louca qualquer. Alice tinha encarnado um personagem que o repudiava e excitava na mesma proporção. Ele hesita por breves segundos, olhando-a nos olhos e sentindo o bico da bota cada vez mais próximo do seu queixo.
- Vá, lambe-me os pés! - ordena Alice.
Rogério continua a encará-la com um olhar espantado. O seu impasse é interrompido por uma vigorosa chibatada no seu ombro. Sente um ligeiro ardor na pele.
- Lambe tudo meu cabrão! - Alice volta à carga, num tom de voz mais elevado.

Ainda sentindo um certo incómodo, ele corresponde timídamente às ordens de Alice. Começa a lamber as botas e o tacão das bota que ela encostava no seu peito. Logo depois, ela afasta-se um pouco e pede que ele se agache aos seus pés e que continue a lamber os seus pés. Aquele estranho jogo de dominação estava a excitar Rogério e foram precisos breves segundos para que ele fosse alternando a sua língua entre o tacão e o extremo das botas que ficavam já acima do joelho. Alice instigava-o com leves chibatadas nas costas.
- Estou a ver que aprendeste depressa. Isso...lambe mais! - continuava ela, em voz de comando.
De seguida, pede que ele se dispa por completo. Ele obedece e desembaraça-se das roupas. Alice pede que ele se vire de costas, coloca-lhe as algemas e ordena que ele se agache novamente. Ela senta-se no sofá, sobe o vestido e pede que ele se aproxime. A posição era incómoda, ainda mais tendo as mãos algemadas atrás das costas. Rogério arrasta-se devagar.
- Quero que me lambas a rata até eu me fartar... - sussurra Alice.
Rogério afunda o rosto no meio daquelas coxas fartas e começa a lamber aquela vagina cuidadosamente depilada. Rapidamente sentiu uma viscosidade agri-doce invadir-lhe o palato.
- Chupa bem meu cabrão! Pensavas que me ias comer à tua vontade...estás muito enganado! - exclama ela furiosamente - Agora tens que me obedecer e fazer-me gozar à minha maneira.
Enquanto ela submetia Rogério a esta subjugação verbal, ia-lhe dando leves chibatadas nas costas e a dado momento chegou mesmo a cravar-lhe um salto na bota no dorso, que lhe provocou um arranhão profundo. Ele correspondia com movimentos de língua cada vez mais céleres. No entanto, Alice não dava mostras de querer gozar assim tão rápido, apesar de estar completamente encharcada. Às tantas, ele sente uma ligeira dor nos maxilares mas não abranda o ritmo da chupada. Estava completamente encharcado daquele mel que escorria em abundância da vagina de Alice. Aquele minete frenético teve o seu final cerca de vinte minutos depois, quando ela teve um intenso e prolongado espasmo de prazer que anunciava o seu orgasmo.

Depois de uma breve pausa e quando Rogério pensava que aquele jogo de dominação iria abrandar um pouco, Alice volta a surprêende-lo. Coloca-se de quatro no sofá e pede que ele dê novamente uso à sua língua, desta feita no seu rabo. Mais uma vez ele corresponde às ordens daquela mulher que irradiava pura luxúria. Ele lambe cuidadosamente o orifício anal que se ia dilatando gradualmente. As nádegas de Alice eram grandes e aquele quadro estava a excitá-lo de um modo que ele nunca tinha sentido anteriormente. O pénis latejava de tesão e pingava baba.
Alice parecia ter-se cansado daquela posição e abandona o sofá. Ordena que Rogério se arraste pela sala durante alguns momentos. Ela parecia excitar-se verdadeiramente com aquilo e ele sentia uma emergência de dar vazão a tanta tesão. Parecendo adivinhar-lhe os pensamentos, Alice, interrompe aquele jogo.
- Quer-me parecer que te queres vir meu sacana! Fica descansado que vou tratar disso...
Sai novamente da sala. Rogério sente um ligeiro pavor apoderar-se dele. Talvez aquele jogo tivesse ido longe demais, talvez ele tivesse sido inconsequente ao submeter-se aos estranhos caprichos de uma mulher desconhecida. Dois minutos depois, Alice aparece novamente na sala. Trazia consigo umas esferas de média dimensão. Ele já tinha visto algo semelhante na vitrine de uma sex-shop, mas nem sabia para que serviam.

Alice manda que ele se coloque de quatro, enquanto lhe retira as algemas. Ela pega numa bisnaga de lubrificante, despeja um pouco nas pontas dos dedos e passa no ânus de Rogério. Ele estranhou um pouco e olha para trás, embora já calculasse quais seriam as intenções dela. O seu gesto é vigorosamente reprimido com uma nova vergastada no ombro.
- Relaxa! Não quero que olhes...limita-te a sentir - murmura Alice.
Ele agacha-se ainda mais, fecha os olhos e deixa-se conduzir. Lentamente, foi sentindo as esferas a entrarem no seu rabo. Era um misto de dor e prazer que ele nunca tinha sentido e difícil de traduzir por palavras. A sua erecção tornava-se ainda mais pujante.
- Quero que batas uma punheta para mim.... - diz Alice, junto do seu ouvido.
Esta ordem soava como uma benesse. Ele sentia que não aguentaria muito mais e desejava vir-se rapidamente. Lá atrás, Alice continuava a brincar com as esferas no seu ânus. Rogério masturbava-se vigorosamente a vara em erecção máxima. O estímulo das esferas nas suas entranhas davam-lhe arrepios de prazer e sentia uma certa pressão na área da próstata. Não tardou muito para que libertasse uma enorme ejaculação no pavimento da sala.
- Isso mesmo! Esporra-te todo para mim! - incentivava Alice, enquanto lhe retirava as esferas lentamente.
Ele deixa-se tombar no chão completamente exausto e ofegante. Não tinha dúvidas que tinha sido um dos seus orgasmos mais intensos. Alice retira-se do aposento e ele contempla o seu pénis que vai ficando flácido após o gozo. Subitamente, sente um peso na consciência. Tinha transgredido muitos limites e tabus num espaço de tempo tão curto. Embaraçado, levanta-se num pulo e começa a vestir a roupa rapidamente. Queria fugir o mais rapidamente possível daquele apartamento...






4 comentários:

LadyM disse...

É complicado, mais uma vez eu digo, comentar você. Tanto porque parece que começa a soar falso ou em nítido tom de puxa-saco. Bem, mas quemm me conhece sabe que falsa nunca fui e muito menos puxa-saco. Falo o que bem entendo e pra quem realmente merece ouvir [ ou ler] o que tenho a dizer. Teu conto...Muito bem escrito, não só a nível erótico como também a nível de humor. Enquanto eu lia, sorria aqui com a cena totalmente formada em minha mente. Muito bom meu querido Be, poucos conseguem escrever de maneira clara e inédita, saindo da mesmice de sempre no tocante à história e à descrição do ato sexual. Beijos, muitos e meus sinceros parabéns. Boa semana pra ti também!

Casal do Arrocha disse...

Perfeito!
Como sempre...
Hummm...

Gata2000 disse...

Olha lá, porque é que não pegas nas tuas historias, e mandas a uma editora. Eu acho que ias ter sucesso!

L. disse...

Lindo... concordo com o comentário da Gata2000. Why not?