Miradouro

O desejo entre nós era eminente e não foi preciso muito para te levar a desejar ter-me naquele momento. Ela estava de saia. Uma bastante curta e prática que usava quando tínhamos estes encontros fortuitos. Gostava de fazer deslizar as minhas mãos por baixo do tecido, subindo pela pernas torneadas, tentando atingir o centro do seu desejo, o ponto mais quente daquele corpo que eu contemplava ardentemente. Saltava à vista o meu volume latejante. Ela não tarda em tocá-lo sem pudor. Eu aproveitava para lhe levantar a saia e fazer com que os meus dedos a explorassem até que se viesse num orgasmo desconcertante.
O som do fecho das minhas calças, o remexer do tecido das nossas roupas, faz-me estremecer e peço que te sentes no meu colo. Beijo-te o pescoço e a pele que se vai descobrindo, depois de desabotoar alguns botões da tua blusa. Desvio-lhe subtilmente uma das mãos, que me toca o membro viril por cima das calças, fazendo-me soltar um gemido rouco...
Os beijos aquecem-nos a pele, o fogo vai-nos consumindo por dentro, em plena luz do dia, sentados no banco do carro. Acabámos por fundir os nossos corpos. Excitante aquela sensação de perigo. Extraordinário o sentido de estarmos onde não deveríamos de estar, a fazer coisas a que poucos se atrevem.
Sinto o corpo dela a mover-se sensualmente, encaixado no meu pénis. Seguro-a pelas nádegas, enquanto ela finca os joelhos nos bancos do carro. Olhares extasiados. Sorrisos. Bocas entreabertas. Os gemidos sussurrados. O vaivém frenético dos nossos corpos. O suor. Os movimentos circulares, o bambolear que me enlouquece. O tesão. Gritos de prazer presos na garganta...