"Só eu sei,
Só eu sei que sou terra,
Terra agrestre por lavrar,
Silvestre monte maninho,
Amora, fruto sem tratar.
Só eu sei que sou pedra,
Sou pedra dura de talhar,
Sou pedrada em aro,
Calhaus em forma de encastrar.
A cotação é o quiserem dar,
Não tenho jeito pra regatear,
Também não sei se a quero aumentar.
Porque eu não sei se me quero polir,
Também não sei se me quero limar,
Também não sei se quero fugir deste animal
Que ando a procurar.
Só eu sei que sou erva,
Erva daninha alastrar,
Joio trovisco, ameaça
Das ervas doces de enjoar.
Só eu sei que sou barro,
Dificil de se moldar,
Argila com cimento e cérebro,
Nem qualquer sabe trabalhar.
Em moldes feitos não me sei criar,
Em formas feitas podem-se quebrar,
Também não sei se me quero formar
Porque eu não se me quero polir,
Também não sei se me quero limar,
Também não se quero fugir deste animal
Que ando a procurar."
Erva Daninha a Alastrar - António Variações
sábado, 25 de abril de 2009
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3 comentários:
Obrigado, Bernardo!
É sempre bom recordar quem merece!
Essa plantinha é chamada de AMIZADE!
Você deve regá-la dia após dia, com palavras de Carinho
e Sinceridade adubá-la com Respeito e Dedicação e
deixar que o sol do amanhecer ilumine e
aqueça suas raízes para que ela possa
crescer sempre forte e bonita!
bom domingo
Beijinho
Ora aí está um grande poema, cantado por alguém que ousou ser diferente!
Que saudades!
Boa semana!
Beijos prometidos
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